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fazenda leiteira

Seguindo o legado do pai, 5 irmãs tocam fazenda leiteira em Castro

Janine, Margareth, Marilene, Niceia e Sônia Wacherski mantêm uma rotina regrada para tirar cerca de 3,4 mil litros de leite por dia.

Publicado em 21/11/2023 às 08:14
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Cinco irmãs, uma fazenda de 62 hectares, funcionários dedicados e quase 300 animais dão seguimento ao sonho de seu Antônio Wacherski - também conhecido como Tonico. Ele faleceu há 5 anos e deixou a paixão pelo trabalho de herança para as filhas.

Todos os dias, os afazeres na Chácara Wacherski começam logo ao amanhecer. Às 4h30, as cinco mulheres já estão acordadas para ordenhar as vacas. No total, há 280 animais no sítio - entre vacas, novilhas e bezerras -, alguns mestiços e outros das raças Holandesa e Jersey. No momento, 116 estão em fase de lactação.

Pontualmente, as ordenhas acontecem às 5h e às 15h. E cada uma das irmãs têm funções específicas para manter uma rotina de trabalho regular, do início até o fim do dia.

Sônia leva o gado para a ordenha e cuida da alimentação deles. Margareth tira leite, faz inseminação e cuida da parte administrativa da empresa. Janine também tira leite, faz os partos e fica responsável pelas medicações das vacas e pelas fichas das bezerras. Nicéia, além de ordenhar, recolhe as novilhas, pega leite para os bezerros e cuida das galinhas e dos porcos.

E, por ter operado o joelho recentemente, Marilene, que é a mais velha e sempre trabalhou na chácara, agora fica responsável pela cozinha e cuida da casa até que as outras voltem.

Trabalho duro e desafios

Um dos pontos fortes do trabalho das irmãs Wacherski é a qualidade. Não é à toa que, desde 1977, a fazenda vem sendo reconhecida todos os anos com prêmios que certificam a qualidade do leite produzido ali. Para elas, o grande segredo é manter a limpeza e a higiene dos animais e do ambiente de trabalho.

Hoje, as irmãs têm uma produção estável e conseguem tirar, por dia, mais de 3,4 mil litros de leite para vender à Cooperativa Castrolanda. Mas nem sempre foi assim! Elas e o pai precisaram enfrentar muitos desafios ao longo do caminho.

“Eu lembro da primeira vaquinha que ele tinha [no final da década de 1960]. E daí, depois dessa primeira vaquinha, ele construiu uma pequena estrebaria, onde ordenhava. Aí ele acabou comprando mandioca e acabou matando ela, estufou a vaca e matou. Depois ele comprou outra e um raio matou”, conta Marlene à reportagem do Globo Rural, da TV Globo, que foi ao ar neste domingo (19).

Depois desse período, em 1973, seu Antônio se associou à Cooperativa Castrolanda para vender o leite e comprar insumos mais baratos.

“[Na fazenda] não tinha energia elétrica, a instalação dele era bem rudimentar. Isso era por um período curto porque a cooperativa exigia que precisava ter água encanada, piso… e ele realmente fez”, afirma Huibert Janssen, o técnico agrícola da Castrolanda que acompanhou toda a adaptação do local para a produção adequada de leite.

Outro período de desafios foi na década de 1990, quando 10 vacas foram atingidas por um raio e prejudicou a produção de leite. E, no início de 2022, mais uma tragédia assolou a família e elas perderam grande parte do rebanho. Cerca de 70 vacas em lactação morreram sem causa aparente. A suspeita é que tenha ocorrido uma intoxicação alimentar nos animais.

Com as 21 vacas que sobreviveram, a produção caiu de 3 mil para 360 litros diários. Mas essa situação não durou por muito tempo e, atualmente, elas têm mais vacas do que antes. Isso porque produtores da região fizeram uma campanha de doação que arrecadou 69 animais para elas.

E assim, com cuidado, dedicação e muito trabalho, as irmãs Wacherski seguem tocando a chácara, produzindo leite e dando continuidade ao sonho do pai que, certamente, estaria muito orgulhoso das filhas!


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