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Castro
320 anos

História de Castro - PR

Castro é uma cidade conhecida atualmente por ser a Capital Nacional do Leite e, também, por possuir o primeiro Museu do Tropeiro em todo o território nacional. Porém, a história do município começou há mais de 300 anos e, sem dúvidas, seu impacto está intrinsecamente ligado às origens tropeiras desde aquela época. Ao longo do século XVIII, as tropas precisavam percorrer um longo trajeto que ligava Viamão, no Rio Grande do Sul, até Sorocaba, no estado de São Paulo. No meio deste caminho, às margens do Rio Iapó, estavam as terras que hoje formam o município de Castro, onde na época viviam alguns povos indígenas. Graças à boa qualidade do solo e ao clima local, um conjunto que era muito produtivo para a lavoura e também para a criação de gado, o local passou a atrair a atenção de famílias paulistas.

Com isso, ainda durante o sistema de distribuição de terras no período colonial, o povoado conquistou novos moradores e logo ganhou seu primeiro nome: Pouso do Iapó. Assim, em meados de 1751, houve a criação de uma capela no território castrense. Anos mais tarde, os Padres Carmelitas ergueram uma nova igreja, marcando o início do desenvolvimento desta parte tão importante do Paraná. Já em 1771, a visita do então ajudante do governador-geral da capitania trouxe mudanças que aceleraram a expansão política, social e econômica do Pouso do Iapó. Naquele momento, o Pouso se tornou a Freguesia de Sant'Ana do Iapó. Alguns anos depois, foram determinadas novas demarcações territoriais e as terras ganharam o título de vila. No entanto, foi somente em 1789 que Castro ganhou um nome próximo ao que conhecemos hoje. Como forma de homenagem ao português Martinho de Melo e Castro, que na época ocupava o cargo de Ministro dos Negócios Ultramarinos, o território passou a ser conhecido como Vila Nova de Castro. Junto a isso, o local teve sua emancipação política e econômica, pois também foi desmembrado das terras de Curitiba e ganhou mais autonomia. Já no século seguinte, especificamente no ano de 1854, os responsáveis pela região propuseram que a vila se tornasse uma cidade, haja visto seu crescimento por conta do intenso fluxo de pessoas que começavam a chegar. Porém, com o pedido negado, a Vila Nova de Castro se tornou uma comarca. Três anos mais tarde, Castro enfim ganhou o título de cidade.

Nas décadas seguintes, muitos imigrantes começaram a chegar ao local, sendo majoritariamente colonos poloneses e alemães. Posteriormente, povos italianos, russos e holandeses também passaram a fazer parte da população castrense. Em 1894, devido à Revolução Federalista, ato que marcou a história de todo o Sul do país, Castro recebeu o título de capital do Paraná durante três meses, período este em que Curitiba foi alvo da ocupação por tropas gaúchas. O processo migratório de europeus rumo a Castro continuou ocorrendo ao longo do século XX, principalmente durante os anos da década de 30. Dessa maneira, a cidade de Castro que conhecemos hoje é fruto do trabalho de diversos povos, tanto oriundos da Europa, quanto indígenas que já habitavam o local, africanos e japoneses, gerando a forte identidade cultural e diversidade étnica que carrega até hoje.

Atualmente, o município possui um patrimônio histórico-cultural riquíssimo, constituído por locais históricos e belíssimas paisagens naturais. Seu desenvolvimento econômico acompanhou as mudanças que ocorreram na cidade ao longo dos séculos, resultando no título de maior produtora de calcário agrícola em toda a América Latina, além de todo o seu prestígio na indústria de produção do leite. O clima de baixas temperaturas e características subtropicais permite que outros produtos agrícolas, como o feijão, o milho e a uva, também sejam importantes não somente para a economia local, mas também para a gastronomia, cujos pratos típicos carregam em si a história da cidade de raiz tropeira. Outro ponto alto de Castro nos dias de hoje é o turismo local, que conta com lugares como o Museu do Tropeiro, a Fazenda Capão Alto e o grande moinho da Colônia de Castrolanda.